Cultura é sistema, não cosmética
Melissa Daimler, no livro ReCulturing, traz um ponto fundamental: cultura não é um adereço, é um sistema. Um sistema que, quando bem desenhado, conecta propósito, estratégia e prática.
Esse sistema é composto por três elementos interdependentes:
- Comportamentos
- Processos
- Práticas
Sem esses três funcionando em harmonia, a cultura se torna frágil, ou pior, incoerente.
1. Comportamentos: o código invisível
Comportamentos são a tradução diária dos valores.
É o que aparece em:
- Como líderes dão feedback.
- Como conflitos são tratados.
- Como se celebra uma conquista.
Se os valores dizem “transparência”, mas o time aprende que feedbacks são evitados, o comportamento real invalida o discurso. Daimler chama atenção para essa incoerência como a principal causa da erosão cultural.
Insight Score: no diagnóstico, sempre perguntamos: “Quais comportamentos se repetem mesmo quando não estão escritos em lugar nenhum?” – porque é aí que a cultura real se revela.
2. Processos: onde a cultura se institucionaliza
Processos são os mecanismos formais que reforçam a cultura. Eles garantem que os comportamentos desejados não dependam apenas de boa vontade individual.
Exemplos trazidos por Daimler:
- Como a empresa contrata, promove ou desliga pessoas.
- Como define prioridades e toma decisões estratégicas.
- Como lida com erros ou crises.
Um processo bem desenhado cria consistência. Um mal desenhado cria contradições.
Insight Score: quando uma empresa fala que valoriza inovação mas pune erros sem espaço de aprendizado, o processo corrói a cultura.
3. Práticas: o espaço onde tudo acontece
Práticas são os rituais do dia a dia que mantêm a cultura viva.
- As reuniões semanais.
- Os rituais de onboarding.
- As formas de reconhecer conquistas.
Daimler reforça que cultura não se sustenta só em “grandes campanhas” – ela se mantém nas pequenas repetições diárias.
Insight Score: muitas vezes, é em práticas simples, como um alinhamento diário de 15 minutos, que uma cultura de colaboração floresce.
O risco da desconexão
Quando comportamentos, processos e práticas não estão alinhados entre si, a cultura se torna disfuncional.
- Valores escritos ≠ Comportamentos praticados.
- Processos burocráticos ≠ Agilidade desejada.
- Rituais vazios ≠ Engajamento real.
Esse desalinhamento gera cinismo, turnover e queda de performance.
Como aplicar na sua empresa
Inspirados pela visão de Daimler, na Score acreditamos que o primeiro passo é medir e mapear cada uma dessas dimensões. Só assim é possível entender:
- Quais comportamentos são mais valorizados (ou rejeitados).
- Quais processos estão ajudando ou atrapalhando a cultura.
- Quais práticas realmente conectam (ou drenam energia).
A partir daí, abrimos clareza para construir planos de ação coerentes e sustentáveis.
Conclusão
O grande ensinamento de ReCulturing é que cultura não é um slogan ou uma campanha, mas um sistema vivo que precisa ser desenhado, praticado e reforçado continuamente.
Empresas que entendem isso criam ambientes mais saudáveis, inovadores e preparados para crescer de forma sustentável.
As que não entendem, se perdem em incoerências — e, cedo ou tarde, pagam o preço em performance.
👉 Se a sua empresa está crescendo e precisa de clareza sobre cultura, conheça como a Score pode revelar esses padrões invisíveis e transformar insights em resultados reais.